07/02/2016

Falando sobre TDAH – 2

Será que você tem TDAH?

Você é uma daquelas pessoa que sofreu durante toda a sua vida, lutando contra o que acha ser um defeito de carater, sendo apontada e sentindo-se culpada por não conseguir atingir os padrões exigidos pelas pessoas “perfeitas” ao seu redor?
É a eterna comparação da família entre você e o seu irmão ou primo “certinho”, que nunca chega atrasado, está sempre limpinho, nunca perde nada e tira as melhores notas. Você se compara ao colega da faculdade que parece fazer os trabalhos sem esforço, sabe tudo na hora das provas e consegue tirar os seminários de letra enquanto você vira a noite estudando para tirar uma nota razoável. Ao colega de trabalho que está sempre com a mesa limpa e os relatórios em dia e você tendo que pedir um prazo extra e sua mesa sempre bagunçada por mais que arrume...

Desordem do Neurodesenvolvimento

E se você descobrisse que este pretenso “defeito” nada mais é do que um desordem neurológica plenamente tratável? Que é uma condição fisiológica. Que você não é preguiçoso, nem desrespeitoso ou desleixado? E tem tratamento.
Na pessoa com TDAH o cérebro funciona de forma diferente. Ele funciona mais “rápido” e isso deveria ser uma coisa boa, certo? Só que nem sempre ele vai na direção que você gostaria que ele fosse... E isto pode deixar você aborrecido, às vezes. Afeta várias áreas da sua vida, como por exemplo a memória, capacidade de controle emocional, automonitoramento, inibição, auto-estima, motivação, planejamento ou resolução de problemas.
Muita gente pensa que apenas as crianças têm TDAH. Mas não é assim. Uma criança hiperativa pode se tornar um adulto desatento ou uma pessoa que apresente a forma mista pode passar a apresentar a forma desatenta ou hiperativa, ou vice-versa. Esta mudança dos sintomas ao longo do tempo pode tornar o diagnóstico de TDAH um pouco mais difícil. Sem contar que estes mesmos sintomas podem ser confundidos com os de outros transtornos como ansiedade, depressão ou abuso de substâncias. Este último, por sinal, frequente em pessoas que apresentam características de TDAH. Portanto, procurar um profissional sério e de confiança é essencial.

 

 



Referência: Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade: Manual para Diagnóstico e Tratamento – 3ª edição - Por Russell A. Barkley e colaboradores


*As informações contidas nesta publicação não substituem a avaliação de um profissional da área da saúde mental.